sexta-feira, 9 de abril de 2004

O atirador

Um ex-estudante entra numa escola e descarrega 60 balas, conseguindo matar 12 crianças, totalmente desconhecidas, sem motivo.

Teria sofrido bullying na escola, quando criança?
Teria se sentido rejeitado pelas menininhas, já que ao atirar, mostrou preferência por elas?
De acordo com quem já estudou com ele, era caladão, tranquilo, bobão. Alvo fácil de grupos de crianças (anjinhos) que, quando num certo número, se sentem a vontade de humilhar esse tipo de pessoa.

Como era uma pessoa caladona, não extravasava seus pensamentos, sentimentos. A pessoa fica obcecada com algo, e tem uma visão das coisas, um pouco distorcidas, não consegue tirar o problema da cabeça, nem achar a solução.

Sua mãe tinha problemas mentais, chances dele também ter. E a sua fisionomia parece mostrar isso um pouco.

Mas as pessoas portadoras de problemas mentais são abandonadas à própria família, que não tem preparo, nem recursos, para lidar com esse tipo de doença.

Conheci um cara, que se percebia só de olhar, que não era normal, de que precisava de tratamento psiquiátrico, e de ser internado. Os seus olhos eram assustadores, ninguém queria ficar perto dele, embora falasse baixo e mansamente. A família várias vezes tentou interná-lo, mas as instituições depois de uma semana, sempre o devolviam para o convívio de sua família. Até dar no que deu, um dia matou um senhor de idade, a paulada. Só assim o internaram em regime prisional, mas numa instituição própria para doentes mentais.

A história do atirador fez voltar velhas discussões, como o do desarmamento da população. Não acredito que o desarmamento revolva o problema, a não ser numa época em que o Brasil se tornar um país sério. Agora, não adianta.

Desarmar a população é fácil. Mas, e os bandidos? E os traficantes, os milicianos? Quem vai desarmar eles? Quem vai impedir o acesso deles às armas?

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